domingo, outubro 23

Tempero

Decupando o cúmulo do tempero
Descobre-se que água tem cheiro
Que cor e sabor são meros recheios
Que salgado e doce pode-se ver
Que amargo e azedo é viver
Que prato de porcelana não derrete como plástico
Que mais de quatro queijos é desperdício
Que meio-dia é almoço, e meia-noite é ceia
Que cheiro de queijo pode ser também de meia
Que meia dose é inteira, dependendo do ponto de vista
Que turista bom é turista morto
Que canibalismo ainda é crime
Que creme de leite combina com qualquer molho branco
Que aspargo é sopa ou salada
Que posta é de peixe, mas bosta sai de todo mundo
Que canela vai no doce, mas dói quando acerta a cadeira
Que panela prepara-se de tudo, de culinária à bruxaria
Que brioche vale mais do que um pãozinho
Que penne a putanesca é prato, não pornografia
Que foto de comida não tem gosto
Mas indigestão dá desgosto.

Afinal, no destempero da boa mesa
Vale tudo, se se tudo for de comer
À milanesa.


(André Lasak • 28/03/05 • 20h42)

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1 Quimeras:

@ outubro 24, 2005 12:39 PM, Anonymous Anônimo disse...

CARAIOOOOOOOOOOOOO

Sorry André mas esta foi a única palara que consegui expressar depois de ler seu maravilhoso texto... ops ! olha aí outro adjetivo surgindo!

Beijos lindo!

Em tempo: acho que esse seu texto um dia para no meu fotolog (com os devidos créditos é claro !)

 

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