segunda-feira, outubro 31

Do Tempo

Do Tempo Poesia Quimera Ufana


Do tempo em que nada
Era mais do que simples
Experimento
Empiricamente ilimitado
Dentro de seus inexplicáveis
Segredos e intrincados
Acontecimentos.

Do tempo em que tudo
O que se esperava eram
Meros meios e enfins
Desmembrados em teses
E antíteses que de novas
Sínteses mostravam suas
Verdadeiras faces.

Do tempo em que tempo
Era tudo o que se tinha
À mão para se perder
Com idéias e ações
Ou simplesmente falta do
Que se perder.

Do tempo em que o tempo
Era apenas o tempo em
Que se tinha tempo
Para ao menos
Crescer.

Do tempo em que o tempo
Era o tempo nosso de
Cada dia
O tempo nosso
Do mais esperançoso
Amanhecer.



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domingo, setembro 4

Definições

Trago em mim paciência
- penso que tenho -

Trago em mim tolerância
- apenas aceito -

Trago em mim importância
- me preocupo comigo -

Trago em mim penitência
- ajoelho também no milho -


Fujo de fofoca
- detesto isso -

Fujo da desordem
- já chega minha pia -

Fujo da malandragem
- honestidade enriquece -

Fujo da maloca
- maloca querida, dindidonde
nós passemos dias feliz
de nossas vida -


Gosto da intertextualidade do pensamento.


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quinta-feira, novembro 4

Quereres impossíveis

Das coisas que me consomem
Em minha sanidade
Das penas que remóem
Minhas penas
Das cenas que nunca sairão
de minhas manhãs
Das renas que não mais Natais
Trarão

Das dezenas de por quês em suas
Centenas de não-seis

Das trocentas dúvidas, escancaradas
Com simples doses

Dos muitos quereres de sempre ser
Tudo igual...

Quando chega a madrugada descobrimos

Que nada é estável
Tudo muda sem querermos...

Tudo assusta

Tudo urge

Como o tempo no fundo do despertador
Do fim do mundo.



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quinta-feira, outubro 21

Exercício Poético Ouvindo "Canto Triste" de Edu Lobo e Vinícius de Moraes




Num risco cortei um ponto
Sem perceber o quanto movi
Num meio sem saber do que
Sequer pensei mexer de tanto
Como quis de forma sofrer
Aquele momento tenso
Aquele tormento sereno
Quase impossível de se imaginar...

Tentei de tudo e não consegui
Acertar novamente aquele
Sentimento feliz que se tornou
Triste quando finalmente
Percebi que o que eu mais
Queria era somente ser
Feliz ao lado teu.

Você foi voar e eu fiquei
A imaginar como seria
Se você estivesse aqui...

E de triste que era
O meu momento
Simplesmente entendi
Que o que vale nessa
Vida é a felicidade
De estar feliz ao lado
De quem realmente
Quer ser feliz
Sinceramente
Ao meu lado.



(O que a cerveja em excesso e uma música tocada repetidamente pode fazer com uma cabeça que não pára de construir estrofes tortas por linhas retas.)


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quarta-feira, setembro 15

Pimenta de Cheiro

Tempero que causa alarde
Chega cedo mas vai embora tarde
Isso quando vai

Temperamento
Ora leve
Ora considerável
Mesmo assim passível
Quiçá ponderável

Teu cheiro resume o desejo
De te querer cada vez mais

Teu gosto marcante
Arde em meu corpo
Enrijece sentidos
Purifica.

Satisfaz.



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quinta-feira, julho 29

Sexy Looping

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Tendo tua língua em meus lábios passei a desejar que
aquela noite nunca acabasse, plena, inteira, lasciva
e repetidamente insólita, enquanto descia tua calcinha

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Talvez não naquela noite, dizia, revelando certo receio
em teu suspiro trêmulo em meu ouvido esquerdo, ainda que
não acreditasse que aquilo acontecia finalmente comigo

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Tapei teus olhos com minha gravata e pus-me a lamber
vagarosamente teu pescoço, sentindo cada arrepio e cada
gemido contido que vinha de teus lábios vermelho-carmim

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Tendo tuas pernas apertando meus rins, passei a acariciar
meus dedos em tuas costas, procurando ansiosamente o fecho
de teu sutiã rendado, que breve despencaria ao chão

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Talvez desta vez eu conseguiria ir além com aquela menina
que foi a mais desejada de minha época, e ainda era a mulher
mais desejada de todas as épocas seguintes, indubitavelmente

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.

Tapei tua boca rapidamente, contendo teus gritos arfantes,
aumentando ainda mais a vontade de gritar contigo em teus
mais íntimos descontroles todos os meus prazeres acumulados

,foi quando tuas nádegas deslizaram sobre minhas mãos,
de forma coerentemente astuta, revelando o calor e uma
profusão de pele deliciosamente apessegada e firme.



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sábado, junho 5

Conseqüências

Foi como num estalar de dedos
Quando vi, foi.

As palavras quando saem não podemos mais evitar.

Daí chegam as conseqüências
Ah, estas cruéis conseqüências
Que transbordam explicações
E desentendimentos
Muitos.

Choro.

Choro um choro miudinho
Não posso fazer mais nada...
Foi.

A sinceridade é cruel
Quando é sincera.

Depois não adianta ficar triste pelos cantos
Nem pedir desculpas...
Mas ficar quieto e continuar
É até pior.

O que fazer, então?

Engolir um futuro câncer
Ou expressar sem dó?

As duas formas são cruéis,
Como a sinceridade.
(Viver é difícil)

Mas estar e sentir-se vivo é bom
Mesmo quando é triste.

Vivamos então para esperar o amanhã
E as conseqüências do tempo,
Este tempo que por mais cruel
Que possa ser
Também é recompensa.
É temperança.
É sábio
E acolhedor.


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segunda-feira, março 15

Vota Queu Conto #3 - Resultado

Demorou mas valeu a pena! :D

Finalmente, depois de muitas semanas de atraso, vamos ao resultado da terceira votação, que resultou no início #4.

Fiquei realmente muito empolgado com o resultado. Espero que vocês apreciem:



Capa Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


CORDEL PRIMEIRO
Texto: André Lasak
Ilustrações: Tiburcio


INTRODUÇÃO
Esta é a história de Jabaculê, o cangaceiro cospe-fogo,
que assustou Lampião num ritual de mau agouro;
quem esta história lê, ou muda de cidade ou fica desnorteado,
porque fará mal pra você, quer tenha bondade ou seja malvado;
aguarde emoções e alegrias, sustos e fantasias,
mentiras e verdades, soluções e divanias;
porque esta é a história de Jabaculê, o cangaceiro arranca-corno,
que cobriu Maria Bonita e levou de Lampião o adorno.


Imagem 01 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


I

No aniversário de meu padim Padi Ciço
Ano de nosso sinhô Jesus Cristim 1907
Nascia Januário Sebastião do Bom Viço
Um cabra macho que a dura vida promete

Perdeu a mãe na noite nascida
A dinda no inverno seguinte
O pai numa tocaia na lida
Avó de fome em conseguinte

O avô numa briga de bar
A outra avó de bexiga
O dindo em mais briga
O outro avô ao despertar


Imagem 02 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


II

Criado foi no lombo do burro
De seu tio Jupirá Santinho
Um boiadeiro bom e miudinho
De fala mole e jeitão casmurro

Tomava leite de jumenta
Comia ovo de calango
Sede com água benta
Doença com pé de frango

Matava mutuca com peteleco
Aos dois e meio e pouco
Aos três já arrancava toco
Só com braço e perereco


Imagem 03 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


III

Aos nove perdeu boiadeiro Santinho
Num buraco de cobra que se sentou
Corajoso que era nem mesmo chorou
Apenas enterrou seu tio Jú-paizinho

Agora era só o burro e Januário
Pelas bandas do seco Aricó
Andando magrinho de dar dó
E ostentando seu escapulário

De seca em seca o coitado persistia
Comendo o pão que o demo amassou
Depois que o burro por fim se esticou
Sozinho no mundo ele sobrevivia


Imagem 04 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


IV

Agora que contava onze e meio
Roubava vendas e velhinhos
Moendas, ebós e doentinhos
Pra tentar comer de prato cheio

Aí que ele foi pego no susto
Por um jagunço irritadiço
De porte médio e robusto
Enquanto pegava chouriço

Apanhou até dizer chega
Foi aí que apanhou mais
Ao que gritou a galega:
- Dêxumininempáiz!


Imagem 05 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


V

Galega nova, viçosa e bonita
Era a mais desejada do sertão
Então o jagunço largou o ladrão
Voltando ao trago em sua birita

- Minino, assim não se faz, não!
- Era só pedir pra Januária
- Que eu te dava o que era bão...
- Assim tu deixava de ser pária!

Como mãe Januária cuidou
Do pobre Januário magrinho
Tão bem que até de terninho
Na missa domingo ele usou


Imagem 06 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


VI

Foram três anos bem felizes
Na vida de Januário Bom Viço
Mas a vida dura cobra as raízes
De quem deve seu compromisso

Foi que os cangaceiros chegaram
Pra acabar com a ingênua alegria:
Januária estuprada na catatonia
Foi assim. Sua cabeça cortaram.

O garoto pouparam pra contar o que vira
Antes, bateram tanto que até desmaiou
Ao acordar, nem mesmo acreditou
No que da vista a desgraceira lhe tira


Imagem 07 Cordel Primeiro - Jabaculê Rufião no Dia de sua Dura Condenação


VII

Januário gritou um ódio por demais avexado
Pelo que viu com seus pobres olhos doridos
- A vingança é o caminho de nós, oprimidos
- Pr’esses carniceiros, o mundo tá acabado!

- A partir de hoje sou Jabaculê
- O novo rei do cangaço
- E vou fazer com você
- O que jacaré faz com sanhaço!

---

A história não acaba por aqui, caro leitor;
aguarde uma breve temporada, que a outra parte contarei;
tem muito mais dor, eu direi, que nesta já desembrulhada;
agüente firme e sem ardor a vingança de Jabaculê,
e descubra o que o cospe-fogo pode fazer com você.





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segunda-feira, março 8

Pequena Homenagem às Mulheres

Escultura em Papel de Jen Stark


Mulher

Teu brilho encanta
Acalenta, domina
Impressiona

Como calor de estrela
Aquece, acalma
Alivia a alma

Apaixona



FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

Um beijão do
André Lasak




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Crédito da Imagem

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quarta-feira, janeiro 20

Átomo

Pincelo idéias, numa tela
Que inexiste dimensões,
O incompreensível fragmento
Momentâneo que é o
Insalubre despertar.

Sacio a curiosidade
Digerindo intrínsecos
Códices embaralhados

Espanto-me quão
Difuso é o tempo

Impressiono-me quão
Diminuto é o existir

Devoro-me por tantas
conjecturas insaciáveis

Sumo.

Transmuto-me em átomo:
O tomo mais inconstante do

Universo.


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terça-feira, dezembro 1

Poesia Poeticolaborativa #1

A fim de testar a usabilidade e potencial do Google Wave, juntei alguns parceiros das letras que já estavam nos meus contatos e propus uma poesia colaborativa: escrevi os dois primeiros versos e observei o andamento.

Gostei do resultado. Tanto, que continuarei a propor esses exercícios por lá. Quem estiver interessado em participar, pode entrar em contato comigo que eu incluo nas próximas.

Boa leitura!


Participantes: André Lasak, Czarina, Lubi Prates, Mirella, Aline, Sthephie Borges e Luiz G. Amaral


Lubricidade

Devoto que era ao meu bom santinho
Defenestrei imediatamente aquela infiel
fosse ela o juiz e, eu mesmo, o réu
embora, fé ante fé, traçando meu caminho.

eu, que levava sua foto dentro do escapulário
deixei que me escapulisse, por tontura, tolice
desenfreado, louco e ensandecido, por "medice"
ou descuido, a santa do meu santuário.

"Não espere que eu seja breve", e sorri
só minhas noites sem sono sabem o quanto esperei
só minha libido sabe o quanto te desejei
Agora estás nua, como ao meu escapulário pedi

e nesse altar, meio santo, meio impuro
tens a mim e ao meu ensandecido mundo
Tens o chão, o céu, o meu cajado duro
E a libido que em teu corpo agora inundo.


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segunda-feira, maio 18

Apocalipse 2.0.12

Cálido sopro de esperança
Persevera no amanhecer...
Quem sobreviver ao tempo
Nesta noite turbulenta
Só de tempo saberá ser

Tendo em mãos apenas
Uma semente, cada um
Enterrará o seu destino

Só então, com água
E lume divino
Desabrochará seu só
E infinito saber

Cada homem é uma ilha
Antes só que mal acompanhado
Antes dó que muro sufocado
Antes pó que vivo alienado

...

Depois disso haverá
O encontro...
O grande encontro dos
Escolhidos

Estes não-esquecidos que
Atravessaram o portal
Do conhecimento eterno...

Quando de ilha surgir
Um grande arquipélago,
Uma nova nação erguerá
Suas torres, suas tendas,
Suas comendas e fatores,
Além de seus
Mais íntimos
E silenciosos e duros
Temores.



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segunda-feira, abril 27

Ânfora

Têmpera da
Destemperada miséria
Desmedida
Destrambelhada
Desmistificadamente
Temperada


Têmpora da
Amargurada riqueza
Arremetida
Amarfalhada
Artificialmente
Temporada.

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terça-feira, março 10

O Julgamento da Humanidade

Tributo mórbido ao desespero
É acender uma vela de gordura
Humana ao santo das causas
Urgentes...

Será que ele atenderá ao
Desesperado ou à alma
Que doou o lume?

Quem está certo?
Quem está errado?

É errado comer a carne
Do seu inimigo para adquirir
Sua força?

É certo dizimar uma religião
Em favor de outra?

É certo destruir uma raça
Julgada impura por
Outra raça?

É errado preservar uma vida
Em detrimento de outrem?

O ponto de vista é algo perigoso.

O que é certo para você é
Errado para seu próximo...
Quem detém a verdade?
O que nos faz racionais?

Só o tempo julgará os incautos...

E quando isso acontecer,
Ninguém de nós será
Perdoado.



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quinta-feira, março 5

Dias da Razão

Tendo encontrado
Seu campo estático,
Iniciou eufórico
Sua recuperação.

Suspeitava haver problemas
Mais graves, centenas
De contratempos,
Impossibilidades...

Mas encontrou a tempo
A mais correta
Solução:

Reinventou sua alma e
Privou-se do coração.



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quinta-feira, fevereiro 19

Augusto dos Vogons

Este é um ótimo exemplo do que o ócio criativo é capaz...

O Toro, do Mundico, pegou o Versos Íntimos do Augusto do Anjos e colocou no tradutor do Google. Transformou do português para o albanês, do albanês para o alemão, do alemão para o árabe, e assim por diante, até o final. O resultado da tradução do vietnamita para o português criou a poesia mais bizarra do mundo, digna de um Vogon.

Confira o original e o resultado:


Versos Íntimos - Original

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



Versos Íntimos - Vogoniano

Claro que é!
Não funeral foi um estranho fantasia.
Mas a pobreza - Black Panther -
um parceiro!

Em circunstâncias normais, bem como a lama!
Março dissortada, mulato Wolf,
mas também para os seres humanos,
os animais devem ser evitados.

Principais jogos. Cigarros!
Meu amigo me beijou na borda do espaço
e do tempo, o seu próprio controle.

Uma razão para a dor,
que está fora do desenvolvimento,
produção e rock cuspir beijo é um macaco

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quinta-feira, setembro 25

A melhor coisa da vida...

... é abrir os olhos e ganhar o presente de comungar mais uma manhã de sol ou chuva.
... é sorrir e ser sorrido.
... é poder ver e ouvir e cheirar e sentir e paladar.
... é experimentar uma fruta tirada do pé.
... é correr na beira do mar enquanto chove.
... é acatar a vida como ela é.
... é desacatar.
... é observar como uma árvore se move.
... é deslumbrar um pôr-do-sol como se fosse o último.
... é cantar e ser cantado.
... é musicar até a tristeza.
... é desabafar para o espelho, para o copo ou para o amigo.
... é contar todos os buracos a partir do umbigo.
... é tornar alguém feliz apenas com um olhar.
... é dar sem pensar em receber.
... é gastar sem culpa de recuperar.
... é investir na diversão.
... é caminhar sem rumo.
... é seguir setas amarelas.
... é embelezar coisas feias.
... é enfeiar coisas belas.
... é embebedar a consciência com livros difíceis.
... é passar o tempo sem fazer nada útil.
... é trabalhar em algo que é seu.
... é poder dizer que "isso é meu".
... é poder fazer sem ser pedido.
... é poder correr mesmo cansado.
... é comover quando apropriado.
... é mexer quando parado.
... é tocar um instrumento.
... é escrever um sentimento.
... é viver intensamente cada momento.
... é transar e fazer amor.
... é agir na hora pra depois não sentir dor.
... é amar a sua amada.
... é se dar valor.
... é se amar.
... é ser amado.
... é ser abraçado.
... é ser vivido.
... é ser ouvido.
... é ser livre.
... é ser.

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sexta-feira, julho 4

Maníacos

Passos
Lentos
Passos
Bêbados
Passos. . .

Vozes
Lentas
Vozes
Bêbadas
Vozes. . .

Escuto passos lentos
De maníacos pelas ruas
Escuto tiros bêbados
De maníacos pelas ruas
Abro a janela e de tiros sóbrios
Maníacos tiram minha vida das ruas

De maníacos vivem
Cheias as ruas
À noite

De noite vivem
Cheias as mortes
Dos maníacos

O coração
Pouco bate
Bate fraco
E pára.

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quarta-feira, maio 14

Senso

Taciturno dentre os veios
Vásculos do âmago muscular
Bombeia sucos e elementos
Moles, microscopicamente vivos,
Por caminhos tortuosos
Por vezes impossíveis de se
Atravessar.

Tudo passa por ali:
Medos, alegrias,
Esperanças, amores,
Ódios, desejos,
Iras, mistérios,
Orgasmos, idéias
E também a impossibilidade
De tudo isso pertencer a apenas
Um molde muscular chamado
Coração.

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sábado, setembro 1

Insaniedades

No qual adentrei impávido
No setor hipotético daquela
Existência infame de minha
Adolescência

Soluçando impropérios silenciosos
Aos malcriados momentos
De revolta incoerente

Perpetuando a dor do conhecimento
Mais profundo velado ao
Incontentamento

Recendendo ao suor acre
Da lida no campo ardente
Das mãos corroídas
Pelos calos da enxada

Derramando lágrimas ocultas
Na tristeza amarga da pobreza
Deleitando-me quando havia um
Animal atropelado na estrada

Vasculhando pelas valas escuras
Da humanidade
Descansava sob a lua nova
Como se iluminasse meu destino

Caminhava desatino pelas
Improbabilidades

Peneirava o sangue seco
Nos terreiros de briga

Osculava a terra quando
Sentia cheiro de chuva

Masturbava uma fruta
Na solidão da noite

Agradecia aos céus quando
Sentia-me vivo
Mesmo sentindo-me morto
Perante aos mortais ditos decrépitos

Mórbida existência imaginariam
Os beatos quando avistassem
A minha carcaça perambulando
Pela campina

Sabedoria plena imaginariam
Os insanos quando admirassem
A minha luz volitando
Pela colina

Esquecido por mim imaginaria
Deus quando relembrasse
Da minha alma se arrastando
Pela marina

Procurando por um porto seguro
Dentro do mar revolto
Continuava a minha busca interminável

Pelos confins do tempo dilacerava
Meu próprio tempo

Implacável mergulhava nos vagalhões
Da realidade e me afogava
Em tua petulância salgada
Repleta de areia e vida

Morreria feliz em teus braços, serenidade...

Mas encontrei antes a desgraça:

E matei-me de raiva em tuas doces navalhas.

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