domingo, novembro 6

Anno Domini

Mil novecentos e setenta e cinco
Termino a jornada
Bebendo do néctar amniótico
Encaro a luz
E descubro que o mundo
É muito maior

Mil novecentos e oitenta e cinco
Dez anos passam pelo vento
Dez vezes dez vezes dez descobertas
Entre tantos porquês escondidos
Olho para o céu e vejo
Que meu mundo é muito pequeno

Mil novecentos e noventa e cinco
Cruzo barreiras para o desconhecido
O cordão umbilical
Há muito já foi cortado
Mas o deleite do néctar amniótico
Ainda não foi esquecido

Dois mil e cinco
O futuro ainda não
Me foi revelado.


(André Lasak • 25/02/95 • 19h15)



Dois mil e cinco
Descobri o amor, a dor da separação
Novamente o amor, e outra separação
Me formei numa profissão de risco
Arrisco até hoje a arte da letra
Ainda não tirei de letra o que é
Me conhecer
Foi assim que descobri o amor definitivo
Mas a dor do não-conhecimento próprio
Me privou novamente...
Posso ter perdido a batalha, mas não a Guerra
Meu Graal ainda talvez faça parte
Do meu futuro mais que querido.

Dois mil e quinze
A esperança é a última que padece
Após uma luta com perseverança.

Só o amanhã me dará respostas claras.

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