sábado, setembro 1

Insaniedades

No qual adentrei impávido
No setor hipotético daquela
Existência infame de minha
Adolescência

Soluçando impropérios silenciosos
Aos malcriados momentos
De revolta incoerente

Perpetuando a dor do conhecimento
Mais profundo velado ao
Incontentamento

Recendendo ao suor acre
Da lida no campo ardente
Das mãos corroídas
Pelos calos da enxada

Derramando lágrimas ocultas
Na tristeza amarga da pobreza
Deleitando-me quando havia um
Animal atropelado na estrada

Vasculhando pelas valas escuras
Da humanidade
Descansava sob a lua nova
Como se iluminasse meu destino

Caminhava desatino pelas
Improbabilidades

Peneirava o sangue seco
Nos terreiros de briga

Osculava a terra quando
Sentia cheiro de chuva

Masturbava uma fruta
Na solidão da noite

Agradecia aos céus quando
Sentia-me vivo
Mesmo sentindo-me morto
Perante aos mortais ditos decrépitos

Mórbida existência imaginariam
Os beatos quando avistassem
A minha carcaça perambulando
Pela campina

Sabedoria plena imaginariam
Os insanos quando admirassem
A minha luz volitando
Pela colina

Esquecido por mim imaginaria
Deus quando relembrasse
Da minha alma se arrastando
Pela marina

Procurando por um porto seguro
Dentro do mar revolto
Continuava a minha busca interminável

Pelos confins do tempo dilacerava
Meu próprio tempo

Implacável mergulhava nos vagalhões
Da realidade e me afogava
Em tua petulância salgada
Repleta de areia e vida

Morreria feliz em teus braços, serenidade...

Mas encontrei antes a desgraça:

E matei-me de raiva em tuas doces navalhas.

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6 Quimeras:

@ setembro 03, 2007 12:18 AM, Blogger Juliana Pimentel Pestana disse...

Meu caro amigo, a inspiração foi "arrebatadora"!!

Versos soluçantes e prontos pra soltar um grito a qualquer instante... é que esse peregrino está sempre a procura do seu ninho!

Bjos meus.
Saudades sempre.

 
@ setembro 05, 2007 11:02 AM, Blogger Takren disse...

Quando a inspiração vem, vem mesmo.

 
@ setembro 12, 2007 7:38 PM, Anonymous Anônimo disse...

Porra, demorei pra ler o post, mas valeu a pena!!!
Ficou ótimo! Têm horas que todos temos essa vontade de se matar em "doces navalhas".

Abraços

 
@ setembro 17, 2007 3:26 AM, Anonymous Anônimo disse...

depois disso tudo aqui mermão... desse turbilhão que enfrentei e das faíscas que lasquei... depois desse meu fim de semana tempestuoso... depois dessa desgraceira toda e das nuvens pretas á minha volta, ainda tenho que ler uma coisa dessas...

depois neguim vem lá no 'meu espaço' me pedir pra não me suicidar á mim mesma pela centésima vez... vô botá a culpa em tu muleque!

rs

Ficou maravilhoso pra não dizer PERFEITO e encher muito a tua bola!
Tu é o cara! ;-)

Beijos! ;-***

Eni.

 
@ setembro 17, 2007 5:25 PM, Anonymous Anônimo disse...

to aqui imaginando a petulância salgada... credo.

 
@ setembro 18, 2007 2:53 AM, Blogger Lex disse...

Passei novamente para ver o seu progresso.
Parabéns, como sempre escrevendo bem.

 

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