terça-feira, maio 16

Descontinuidade - Último Capítulo

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- Ainda não terminei meu julgamento, filho de Roz...


CAPÍTULO 14



- Continue-o, então!
- Te julgarei depois de uma pequena tarefa, ou missão, caso prefira...
- Que tipo de missão?
- Sua missão será criar um super exército, com os guerreiros mais vis e perversos que você possa treinar. Eles terão que estar preparados para enfrentar milhões de criaturas tão ou mais poderosas que o Símbolo com quem lutou. Deverá buscar um local secreto, e mantê-los preparados aguardando ao meu chamado.
- E por que eu eu faria algo deste tipo para você?
- Porque se não fizer, será condenado a uma morte lenta e eterna no pilar de Agônia, um lugar reservado com exclusividade aos traidores de Sued. Sinta um pouco da sua danação!

Cêntulo grita de desespero ao sentir por milésimos de segundo o que o esperaria em seu tormento, e inicia a busca ao seu super exército sem pensar duas vezes. Algumas escolhas não nos deixam opções. Nem escapatória.

2006 d.C.
- Você foi alvo de um teste, Tobias. E com êxito, ganhou de seu inimigo de uma forma que nunca esperaríamos.
- Um teste? E por que comigo?
- Porque você era o Vetor desta Era. O escolhido posto à prova para a sobrevivência da raça humana.
- Isso significa que eu fui uma cobaia?
- Se entendeu assim, que seja. Em sonho, receberá visitas com instruções. Cumpra-as e viverás.
- Uma ameaça? Você não estava me esclarecendo?
- Pelo contrário. Estou te julgando. Aguarde, pois será ainda muito útil para nós.

Um raio ofusca seus olhos. Um forte trovão é ouvido. Tobias sai da sala branca, à procura de roupas e comida. Um grande corredor o leva a uma única porta.

- Querido? O que fazia nu dentro da despensa?
- Acho que preciso de ajuda profissional, Marina...

428 d.C.
- Ele não está morto, Golgur. Não ainda.
- Quem são vocês?
- Somos os Esculcas. Estamos aqui para esclarecer e julgar.
- A mim? Ou o moribundo?
- Os dois. Você o salvou erroneamente, e ao misturar teu sangue ganhou uma sentença.
- Que sentença?
- De vagar pelo mundo à procura dos braços e pernas do seu amigo. De alimentá-lo e limpá-lo, além de carregá-lo às costas por onde estiver.

Antes de abrir a boca, um raio o cegou. Ao enxergar novamente, encontrava-se só com Khon, que acordava.

- O que aconteceu, Golgur?
- Precisamos ir embora, Khon.
- Para onde?
- À procura dos seus braços e pernas.
- Impossível! Enlouqueceu?
- Ainda não. Mas seremos conhecidos como loucos ou... melhor ainda!, como os temidos Judeu Errante e Homem Serpente!
- Realmente! Você enlouqueceu...

50.000 a.C
- Esta empreitada serviu, sim, e muito! Geraremos humanos cada vez mais poderosos para o nosso real objetivo!
- Qual objetivo?
- A Grande Guerra. A mortal e decisiva Guerra Final.
- E você acha que terá um exército forte o bastante para lutar? A profecia de Verstratz é clara! Ninguém sobreviverá à Guerra Final.
- Isto é o que você pensa! As sete Eras foram meticulosamente escolhidas. Agora você está preso aqui, e condenado a velar e treinar toda a humanidade, seus filhos de sangue. Viverá a partir de hoje como se fosse hoje. Verá todos os acontecimentos novamente, cada um na sua hora. Viagens entre o tempo acabaram, Zor. E para não cruzar com seu eu no futuro, assumirá a forma de mariposa até o início da Guerra.
- Mas a profecia diz que ela terá início o equivalente a sete vezes as sete Eras.
- Um erro crasso de cálculo... ela é iminente, e poderá acontecer alguns dias depois da sua vinda para cá.
- E eu terei que esperar mais 52.006 anos para presenciá-la?
- Exatamente. Boa estada, Zor! Nos veremos de novo somente no segundo milênio depois do nascimento de Susej, exatamente em 06/06/06.

Uma ofuscante luz aparece. Ao abrir os olhos novamente, Zor encontra apenas sua fêmea, já grávida. Tudo está para recomeçar. E a viagem será muito lenta.

1232 d.C.
- Fracassei ao vencer? Por que?
- Porque estava escrito assim. Agora você vagará pelo mundo por centenas de anos, até encontrar um amor proibido que lhe dará um único filho.
- Centenas de anos? E como isto será possível, Dardwin?
- A Marca te possui. E te conduzirá desta forma, intacta até o seu destino. Não envelhecerá um minuto até lá.
- E depois? Envelhecerei vendo-o crescer?
- Não.
- Não? O que acontecerá?
- Você morrerá no parto.

Uma luz a ofusca. Lágrimas borram as letras do Livro, que voltam ao normal minutos depois.

3.327 a.C.
Anamodron pega o Livro e leva-o até o escriba. Arranca uma página, e começa a macerá-la junto com água e algumas ervas. Pega a pasta, coloca um pouco em cada olho vazado, e espera algumas horas. Depois que retira a pasta, o escriba volta a enxergar.

- Como pôde fazer isto, Anamodron? Meus olhos foram vazados!
- Eu fiz por ordens expressas que estavam gritando na minha cabeça. Afinal, eu fiz o seu trabalho, covarde de merda!
- E agora? O que fará comigo?
- Já fiz. Retirei de mim a Marca, e a devolvi para você. Agora é a sua vez de conhecer três amigos meus por toda a eternidade...

O escriba é sugado pelo chão como se fosse de mercúrio. Seus gritos são aterrorizantes. E ele verá muitas coisas aterrorizantes por muito e muito tempo, até que o preço da sua covardia seja pago.

1.832 d.C.

- Padre! Você está bem?
- Estou. E você?
- Ainda poderei andar com a outra perna...
- Conseguimos, Diego! Exorcisamos os demônios! Estou muito feliz com isso... Achei que não sobreviveríamos.
- Eu pensei o mesmo, padre. Mas com fé e nosso trabalho de equipe, fomos vitoriosos!
- E como! O que te inspirou tanta fé?
- No momento de mais desespero, comecei a pensar em minha mãe, e o que ela falaria de mim naquele momento...
- Ela diria que você era seu maior orgulho, pois puxara seu espírito de guerreira...
- Como sabe disso, padre? Minha mãe morreu no meu parto! Nunca ninguém no orfanato me disse algo parecido...
- Seu nome era Ann Marie, Diego... Ela era linda, e a mulher de mais coragem que conheci.
- Você conheceu minha mãe, padre?
- Conheci muito bem... filho.
- O que você está dizendo?
- Err... Que está na hora de limparmos esta bagunça! Vamos! O que está esperando? Assim que terminarmos te levarei até a porta secreta.
- E o que há lá?
- Você acha que eu contarei? Este é um segredo para outra história...


FIM



Acabou a primeira história interativa do Quimera Ufana!

Escreva nos comentários SIM ou NÃO para eu saber se vocês querem novas histórias neste formato. Assim que eu retornar de viagem, em julho, contabilizo a votação.

Abraço a todos! E até a próxima!

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3 Quimeras:

@ maio 16, 2006 3:09 PM, Anonymous Anônimo disse...

SIM!! A historia foi umas das melhores que ja li, espero outras edicoes!!!

 
@ junho 06, 2006 11:45 AM, Blogger Karan Novas disse...

Parabéns, cara... apavorou!

 
@ agosto 09, 2006 2:04 PM, Anonymous Anônimo disse...

Lógico que sim.

 

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